Engraçado que na era da modernização e da defesa pelo
respeito a diversidade, algumas escolhas ainda são colocadas em pauta com
direito a julgamento, argumentação, condenação e pena decretada!!
A polemica da vez é: parto normal ou cesárea?? O que te
torna mãe??
Acho perfeitamente cabível discutir sobre os benefícios para
mãe e bebê a respeito do tipo de parto e do processo de recuperação para tipo,
tanto para a mamãe quanto para o bebê que ainda não escolhe por si mesmo. Mas
até aí, estamos falando de efeitos físicos, de impacto médico, e até mesmo do
estado emocional causado por cada uma dessas escolhas.
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Vi mães que optaram por parto normal e se preparam arduamente
para vivenciar isso extremamente realizadas com o que experimentaram, da mesma
forma que cuidei de mães que se decepcionaram absurdamente com essa escolha e
momento e levaram muito tempo para “digerirem” o que viveram.
Também vi mães que optaram por parto cesárea e que tiveram
tanto uma experiência de renovação pela chegada de seu bebê de maneira tão
tranquila, quanto vi mães que sofreram tanto neste momento e que não podem
sequer pensar em uma próxima gestação.
Diante disso uma reflexão se faz necessária... Por que temos essa necessidade tão grande de
divulgar nossos conceitos e teorias acerca da vida, de maneira a inutilizar tudo
aquilo que difere de nós??
Temos tantas decisões a tomar em cada passo da vida com
filhos, tantos caminhos que temos certeza serem bons, mas que não nos são
uteis, que no final a única certeza a se levar é que não existe receita...
mágica então só nos contos de fadas! Ter filhos e assumir os riscos de tudo
aquilo que escolhemos, sejam eles grandes ou pequenos.
Tipo de parto, optar ou não pela amamentação, quais as
vacinas aceitamos dar, usar chupeta ou mamadeira ou ainda todos os objetos de
apego que existem no mercado, que tipo de pedagogia escolhemos como base, tudo
isso não nos torna mães... nos torna apenas seres humanos dispostos a pensar e
buscar “soluções” para uma vida com mais qualidade.
O que nos torna mães, são os sentimentos que desenvolvemos
desde o minuto em que sabemos da gestação... são as noites não dormidas apenas
para observar aquele lindo ser que você cuida com tanta dedicação, é estar
junto e prontas para acolher qualquer situação que eles vivam mesmo sabendo que
depois do acolhimento só cabe uma bronca, é estar disposta a abrir mão do que é
melhor para você pelo que é melhor para eles...
Enfim, cada história tem sua beleza... e cada escolha
implica em abrir mão de algo que não sabemos se daria certo, pois afinal,
tomamos outro caminho. O que vejo todos os dias como mãe e como profissional, e
que não existe mais mãe ou menos mãe, existem apenas milhões de exemplares
diferentes sobre como é ser mãe!!